Contarei aqui em breves relatos, a aventura maravilhosa de ter feito esse trajeto da famosa Trilha do Ouro, qual, inicia-se na cidade de São José do Barreiro (SP), situado no caminho entre as montanhas mineiras e o porto de Mambucaba, distrito de Angra dos Reis (RJ). A cidade fica localizada entre os municípios de Resende (RJ), Angra dos Reis (RJ) Arapeí (SP), Areias (SP), Bananal (SP), Cunha (SP) e Paraty (RJ).
Aberta por tribos indígenas que viviam na região e depois por escravos no auge da extração de ouro em Minas Gerais, a Estrada Real (Trilha do Ouro), além das belezas naturais, esconde tesouros históricos da época colonial. Uma das principais atrações, é onde ainda conservam-se trechos do calçamento original "pé de moleque", usada por tropeiros no século XVIII, que servia como ligação, para o comércio entre as cidades de Ouro Preto (MG) e Paraty (RJ).
Fomos para a missão de fazer a travessia da Trilha do Ouro (48 km), num grupo exato de 10 pessoas, sendo seis homens e quatro mulheres.
Nossa aventura começou já no desembarque na cidade de São José do Barreiro, onde pernoitamos no dia 15 de novembro (feriado nacional), para logo ao dia amanhecer, partir rumo ao Parque Nacional da Serra da Bocaina, onde inicia-se a tão falada Trilha do Ouro
Deixamos nossos pesados mochilões numa pousada localizada no centro da cidade de Barreiro e fomos jantar num restaurante bem aconchegante, chamado Rancho São José do Barreiro, onde saboreamos e brindamos o maravilhoso momento que viria à iniciar no dia seguinte.
Acordamos bem cedo, andamos um pouco pela cidade e presenciamos antigos prédios com conservação invejável.
Conservação tamanha, que ainda preserva-se na pequena cidade, casarões de pau a pique
Então partimos num pequeno caminhão alugado para o início da Serra da Bocaina, que estaria a 26 km dali, onde presenciamos o mapa por onde iríamos passar nos próximos três dias andando
Uma breve parada para uma foto, antes de iniciar nossa saudável loucura
Chegamos ao ponto de 1.640 metros de altitude, antes ainda de chegar na entrada do parque
E então chegamos ao início do destino, a entrada oficial da Serra da Bocaina
Fizeram-nos então, assinar uma termo de autorização para o devido acesso ao parque, nos responsabilizando por todo e qualquer eventual acidente
Então... Já à alguns metros dali iniciamos numa entrada bem estreita a tão sonhada Trilha do Ouro.
Já de cara, nos deparamos com a Cachoeira Santo Isidro, com excelente qualidade de sua água cristalina.
Alguns minutos de relaxamento, antes de iniciar a parte pesada da trilha
Então seguindo caminho a diante, começamos a encontrar enormes aranhas caranguejeiras pela trilha, como essa da foto.
O clima serrano permite que a todo tempo, durante quilômetros, andássemos por dentre nebrina.
Parada para preparar uma comida na hora do almoço e segue a trilha.
Então, debaixo de muita chuva, chegamos a pousada Barreirinha, onde optei por dormir na pousada no primeiro dia, ao invés de armar barraca de baixo de chuva.
Foi então que conheci o proprietário da pousada; Tião, rapaz hospitaleiro que nos acolheu em sua pousada nos permitindo tomar banho quente de água a base de serpentina.
Um lugar perdido no nada, já tínhamos andado 18 quilômetro no primeiro dia.
Acordamos com o barulho intenso de galinhas caipira e partimos
No meio do caminho, uma simpática Igreja
Uma, das muitas paradas para respirar e apreciar tudo ao redor.
Lugares de difícil caminhada a todo tempo eram vistos de longe.
Já no final da tarde, encontramos esse local, que apenas cumprimentou-nos com a mão e ficou observando nossa travessia por entre sua propriedade.
Sua possível residência à alguns metros dali.
E eis que iniciou o chão "pé de moleque" feito pelos escravos, para a passagem de carroças que transportavam em outrora o nosso precioso ouro.
Paisagens lindas a todo tempo.
Já estava chegando o trecho de mata constante do resto do caminho daquele dia.
Meus tênis estavam cobertos por pura lama.
Parte bem conservada das pedras que formam o caminho (trilha do Ouro).
Um pequeno vilarejo de casas foi visto quase no final do dia do segundo dia de trilha.
Paiol
Moradora
Outra moradora
Seguindo com destino ao final do segundo dia
Muita lama
Enfim... chegamos ao ponto onde era necessário travessar por um carrinho suspenso em cabos de aço, com rolimãs que o fazem atravessar de um lado para outro do rio.
A travessia
Chegamos ao final do segundo dia. Muito cansado e exausto, fui montar minha barraca.
Tratei de abrir um vinho de reserva chilena, que com muito esforço carreguei até ali, simplesmente para degustar num melhor momento.
Preparei meu sopão de caldo de feijão com paio picado.
E fui apreciar os detalhes.
Certas coisas são impagáveis.
Nossos tênis e botas secando, junto ao calor do fogão a lenha.
Linguiças e carnes sendo defumadas para a conserva. Não existe geladeira nesse lugar, quão menos energia elétrica. Estou falando de um elo perdido em meio ao paraíso.
Uma confraternização noturna com os integrantes, saboreando um "choconhaque".
E a iluminação perfeita toma conta do lugar, entre grilos e corujas cantando.
Assim amanheceu o terceiro e último dia de travessia.
Visões exóticas
O elegante dono da pousada, "Tiãozinho", muito solícito, nos fez a graciosa gentileza de captar foto do grupo antes da partida. Mais um dia de 18 quilômetros de andança.
Mais a frente uma linda cachoeira
Cobra cipó
Quedas d´agua
Queda n´agua
Espetáculo da natureza
Quando a fome bateu no grupo na tarde do dia 18 de novembro, a natureza se encarregou de servir de seus frutos.
E também de colocar em nosso caminho, cobras, como essa Jararaca bem meio a trilha.
Ponto de banho
Antiga ponte entre a selva
Então chegamos no final e a alegria tomou conta de todos. Saí correndo!
Última visão da corredeira
O transporte nos buscou na saída da Trilha do Ouro e nos levou até Paraty
Um brinde de chegada
Um almoço comemorativo merecido
Parte do grupo aguardando o tempo passar em Paraty (RJ), a espera do ônibus.
A velha Paraty
É chegada a hora de partir. Obrigado Serra da Bocaina!
Mais fotos dessa sensacional aventura AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário